
Não há como esquecer: são desses encontros que nunca evaporam junto com a chuva; era o homem fugindo do peso das coisas desnecessárias e, naquela tarde, deparando-se com a ajuda de uma desconhecida; ela não tinha intenções e, parece, nem vontade de tê-las. Mas as intenções são desses barquinhos de papel que, querendo ou não, são carregados pela chuva em direção de algum bueiro, a menos que um menino o salve dessa tragédia e o chame de meu.
Seu Galdino relutava em atravessar a poça, quando uma moça muito bonita e séria estendeu para ele o seu guarda-chuva. Desses guarda-chuvas que são estendidos em forma de ponte para estreitar os abismos que há entre um ombro e outro. Depois de entender as boas intenções da adorável Dona Flor, ele nunca mais teve que se preocupar com os seus sapatos molhados que o traziam um peso a mais. E ainda que molhasse, o que importava? Sua cabeça estava à salvo das gotas de chuva, porque sempre que chovia havia ao seu lado uma senhora muito séria empunhando toda a sua braveza nas gentilezas de um guarda-chuva.
5 comentários:
E se todos nós encontrássemos esses guarda-chuvas, escritora?
A gente ia querer que chovesse toda tarde.
lindo, lindo*---*
confesso que tive que ler mais de uma vez pra entender haha.
enfim, eu nunca li um texto tão bem escrito e com tanta sensibilidade igual ao seu.
parabéns por tudo aqui.
beijos
E muitas vezes um guarda-chuva desses é o que precisamos. Adorei esse...
E valeu pelo comentário e vc ainda tem a ousadia de pedir criatividade?? Aqui já tá transbordando disso, menina, haha
Bjs (no ombro) e até a próxima =)
Ai, as metáforas! Como eu as amo!
Quanto sensibilidade !
Mesmo que não chova, a gente precisa mesmo de um guarda chuva todo dia para se sentir protegido e não se preocupar tanto com as poças, nao é ?
Parabens querida!
Beijos !
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